Mosteiro de Santa Maria de Cós

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Localiza-se na freguesia de União das Freguesias de Cós, Alpedriz e Montes, no concelho de Alcobaça, distrito de Leiria, Centro de Portugal
 
O Mosteiro terá sido fundado já no final do século XII ou mais provavelmente no início do século XIII para receber mulheres desejosas de levarem uma vida santa sob a regra de São Bento e observações de Cister.

A menção mais antiga da sua existência remonta ao ano de 1241, a primeira abadessa chamava-se D. Maria Peres e vem referida num documento datado de 1337.

Inicialmente o mosteiro manteve-se numa posição modesta em número de monjas, conheceu um grande desenvolvimento a partir de 1530 quando foi reformado por iniciativa do rei D. João III e do seu irmão o cardeal infante D. Afonso, abade comendatário de Alcobaça.

No século XVI sofreu remodelações bastante grandes: construiu-se uma nova capela de que subsiste o portal manuelino existente no extremo nascente do coro monástico.

No século XVII as obras realizadas resultaram na imponente igreja atual e na modernização do claustro e dos dormitórios.

No início do século XVIII deram-se na igreja os acabamentos de inspiração barroca dos altares em talha dourada, dos azulejos e das pinturas do teto.

O grande período áureo acabou com a catástrofe do terramoto de 1755, quando as monjas estiveram durante algum tempo desalojadas e mais tarde com a extinção das Ordens Religiosas (1834), os saques e a ocupação desordenada dos espaços conventuais.

O templo é o único elemento deste conjunto que se mantém preservado apresenta-se sob forma longitudinal e é extensivo ao coro das monjas.

O portal principal virado a sul apresenta-se numa moldura de lintel reto sobrepujado por arquitrave sobre pilastras encimado por um frontão triangular interrompido por brasão real emoldurado por cartelas de volta com a data de 1671.

O interior da Igreja é constituído por uma só nave, capela-mor mais elevada e coro monástico, o teto da nave em falsa abóbada de berço com caixotões de madeira pintados está separado do coro por um grande arco preenchido por grade.

A capela-mor é constituída por um único tramo inteiramente revestido por lambris e painéis de talha dourada com molduras com telas revestimento que culmina no retábulo-mor cuja tribuna apresenta um grupo escultórico representando a Sagrada Família.

O coro das monjas com o seu maravilhoso cadeiral de 106 assentos apresenta-se revestido por azulejos de padrão azuis e brancos, encontrando-se no topo oriental o portal manuelino em cantaria de arco polilobado ornamentado com motivos vegetalistas e heráldicos.

A sacristia também se apresenta revestida de painéis de azulejos figurando episódios da vida de São Bernardo e com o teto forrado a madeira.
A Classificação do Mosteiro de Santa Maria de Cós
 
A Igreja do Mosteiro de Santa Maria de Cós foi classificada como Imóvel de Interesse Público em 2 de janeiro de 1946.

No ano de 29 de março de 2017 foi aberto um procedimento de ampliação da classificação do Mosteiro de forma a incluir a ala (em ruínas) do antigo dormitório dito "do Cardeal" com vista à reclassificação do conjunto monástico como monumento nacional à redenominação para “Igreja e parte do antigo dormitório e restantes dependências do Mosteiro de Santa Maria de Cós” cujo projeto de decisão foi publicado em 29 de abril de 2020.

A Igreja de Santa Maria de Cós com o seu antigo dormitório e dependências do Mosteiro foram decretadas oficialmente como Monumento Nacional após decisão tomada em Conselho de Ministros realizado em 22 de abril de 2021.