Hospital Termal Rainha D. Leonor

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Localiza-se no Largo Rainha D. Leonor, na freguesia de Nossa Senhora do Pópulo, cidade e concelho das Caldas da Rainha, Distrito de Leiria, Centro de Portugal
 
O Hospital Termal Rainha D. Leonor é considerado o mais antigo hospital termal em funcionamento no mundo.

A história do hospital termal liga-se à história da povoação onde segundo a lenda quando em trânsito de Óbidos para a Batalha, em 1484, a rainha D. Leonor (1481-1525), esposa de João II de Portugal (1481-1495), e a sua comitiva, passaram por um local onde várias pessoas se banham em águas quentes, de cheiro forte. A rainha perguntou-lhes porque o faziam, uma vez que o hábito de tomar banho era incomum à época, tendo lhe sido respondido que eram doentes e que aquelas águas possuíam poderes curativos. A rainha como também tinha uma doença também banhou-se naquelas águas ficando curada e no ano seguinte (1485) mandou erguer naquele lugar um hospital para todos aqueles que nele se quisessem tratar.

A soberana concedeu foral à povoação que se formou em torno dele contando então com cerca de 30 moradores, onde concedia os benefícios de isenção da jugada (antigo tributo que recai em terras lavradias), dos oitavos, da siza e de portagem que também se estendiam aos mercadores que viessem de fora para comprar ou vender.

O hospital concluído cerca de 1488 recebeu o nome de Nossa Senhora do Pópulo porque se destinava ao atendimento do povo, projetada inicialmente como capela do hospital com duas janelas interiores que a ligavam à enfermaria e que acabou por ser convertida em Igreja Matriz.

No reinado de João III de Portugal (1521-1557) aqui terá trabalhado o arquiteto obidense Onofre de Carvalho aproximadamente entre 1538 e 1547.
A Reconstrução do Hospital Termal Rainha D. Leonor (Largo Rainha D. Leonor, Caldas da Rainha)
 
O hospital sofreu extensa campanha de reconstrução entre 1747 e 1750 sob o patrocínio de D. João V e D. Maria Ana da Áustria. Nessa fase foram demolidas várias edificações como a primitiva Casa da Câmara e Cadeia, criadas as piscinas e instalada a "buvete" (uma espécie de chafariz), dois pisos no edifício principal e alterada a fachada que adquiriu o estilo joanino então em voga.

Neste período foi construído um Palácio Real para hospedagem da Família Real (por detrás do Hospital), e o conjunto de três chafarizes em que se destaca o Chafariz das Cinco Bicas e a Igreja de Nossa Senhora do Pópulo foi tudo o que restou do primitivo hospital.

No reinado de José I de Portugal, o Marquês de Pombal determinou a reforma do Regimento do Hospital Termal (1775), a data de abertura anual passava a ser 15 de maio, razão pela qual se acredita ser o dia da cidade comemorado nessa data.

No fim do século destacou-se a administração de Rodrigo Maria Berquó (1888-1896) que mandou construir mais um piso para acolher enfermarias, a edificação dos pavilhões do Parque criados para receberem áreas de internamento da unidade hospitalar, e a reestruturação da Mata Rainha D. Leonor e do Parque D. Carlos I.

No ano de 2002 foi proposto a classificação do conjunto termal das Caldas da Rainha como monumento nacional: o hospital termal, o balneário novo (antiga Casa da Convalescença), a igreja de Nossa Senhora do Pópulo (monumento nacional), o Museu do Hospital e das Caldas (antiga Casa Real), a mata Rainha D. Leonor e o parque D. Carlos I (que inclui os Pavilhões do Parque e o Museu de José Malhoa, imóvel de interesse público).

A 13 de Março de 1985 foi reconhecido como Membro-Honorário da Ordem do Mérito que visa distinguir serviços meritórios em favor da coletividade.