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Mosteiro de Santa Clara-a-Velha

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Todas as fotografias / imagens são fornecidas apenas para orientação.
Fica localizada na margem esquerda do rio Mondego, Rua Baixo, freguesia de Santa Clara, na cidade e concelho de Coimbra, centro de Portugal
 
No antigo Rossio de Santa Clara de Coimbra, na margem esquerda do Rio Mondego, localiza-se uma dos mais emblemáticos monumentos do gótico nacional, trata-se do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha de que subsiste apenas a sua bela igreja.

As freiras clarissas fundaram-no no já longínquo ano de 1286, e encontrando-se à frente da irmandade D. Mor Dias, fidalga que esteve ligada ao Mosteiro das Donas, anexo feminino do Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra.

A intervenção de D. Isabel de Aragão, mulher de D. Dinis fez ressurgir a ordem das clarissas e desenvolveu o mosteiro: a Santa Rainha mandou edificar uma nova igreja e ampliar as instalações do convento.

A Santa Isabel de Aragão seria trasladada e sepultada no mosteiro de Coimbra a 11 de Julho de 1326 (falecendo em Estremoz no dia 4 de julho de 1326)

O arquiteto régio Domingos Domingues encontrava-se a supervisionar o estaleiro das obras no ano de 1316, vindo a igreja a ser sagrada no dia 8 de julho de 1330.

Um ano depois, uma nova ameaça abatia-se sobre o mosteiro, o rio Mondego transbordava das suas margens e inundava todo o monumento.

Entre 1612 e 1615 foi construído um pavimento a dividir o corpo da igreja em dois andares, estando o inferior constantemente debaixo de água enquanto as freiras clarissas prosseguiram a sua vida normal no andar superior.

A existência no mosteiro tornou-se insustentável e as clarissas abandonaram-no definitivamente em 1667, e mudaram-se juntamente com o túmulo da Rainha Santa para o novo mosteiro de Santa Clara, edificado ao longo do século XVII na vertente do monte da Senhora da Esperança.

A igreja Santa Clara-a-Velha é um monumento importante,quer pela sua qualidade construtiva, quer pela sua alta planimetria e altimetria superior ao normal e o piso posterior, e as águas não deixam perceber a sua globalidade.

Exteriormente a igreja desenha um vasto retângulo coberto com um telhado de duas águas e que assenta numa linha contínua de modilhões sobressaindo da sua volumetria o esguio campanário de remate triangular.

O seu corpo é composto por três naves divididas em sete tramos e totalmente cobertas por abóbada de arcos cruzeiros nas laterais, enquanto que a central é coberta por abóbada de berço quebrado e reforçada por arcos torais.

A cabeceira é tripartida, estando agora sem a sua cobertura abobadada, várias janelas de frestas duplas e três rosáceas rasgam as paredes laterais e os topos do convento iluminando o seu austero interior.

No ano de 1613, o bispo-conde D. Afonso de Castelo Branco mandou construir no piso superior um ornamental arco tumular maneirista em calcário branco de Ançã com o intuito de acomodar o túmulo de prata de Santa Isabel de Aragão.

Espaço sagrado ligado indubitavelmente ao nome da Rainha Santa, o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha acolheu outros personagens ilustres da História portuguesa.

Antes de ser trasladada para Alcobaça, Inês de Castro recebeu aqui sepultura, os esponsais de D. Duarte realizaram-se nesta igreja, nas vésperas da fatídica Batalha de Alfarrobeira o infante D. Pedro, duque de Coimbra e regente do reino na menoridade do sobrinho (o futuro D. Afonso V) esteve aqui em 1449 para encomendar a sua alma a Deus.

A partir dos anos 90 deu-se a realização do projeto de recuperação e de valorização do monumento onde foram detectadas estruturas arquitetônicas góticas em bom estado de conservação vindo desvendar um vasto e riquíssimo espólio.

Atualmente, o Instituto Português do Património Arquitetónico e Arqueológico (IPPAR) tem levado a cabo várias campanhas de escavações no perímetro do mosteiro, tendo posto a descoberto os restos do elegante claustro trecentista e outras dependências monásticas.
A Classificação do Mosteiro de Santa Clara-a-Velha
 
O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha é classificado desde 16 de junho de 1910 como Monumento Nacional.