O Museu de Lanifícios, também designado de “MUSLAN”, constitui um Centro da Universidade da Beira Interior, organismo com autonomia administrativa e financeira tutelado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
O Museu de Lanifícios, integrado na Rede Portuguesa de Museus desde 2002, tem por missão preservar o património mais antigo das indústrias de fabrico do sector têxtil num território que tendo por matriz a Serra da Estrela e centro histórico a Covilhã se abriu desde muito cedo aos contactos internacionais.
O Museu de Lanifícios possui dois espaços museológicos e um núcleo ao ar livre, o espaço ilustra a história, as tecnologias e a indústria dos lanifícios nos séculos XVIII e XX.
O Museu possui um Centro de Documentação/Arquivo Histórico com um vasto acervo documental proveniente de fábricas de lanifícios, de organismos corporativos, de empresários, técnicos e operários têxteis.
O espaço promove atividades educativas para todas as idades, como workshops que fomentam o saber-fazer de fiação e tecelagem artesanal e artes tradicionais (tricô e crochê) e visitas guiadas para grupos.
O Museu dispõe de duas galerias de exposições temporárias, de um auditório versátil com equipamentos audiovisuais, área de cafetaria, e duas lojas (Real Fábrica de Panos e Real Fábrica Veiga).
O Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior foi instituído em 1989 com a finalidade de salvaguardar a área das tinturarias da Real Fábrica de Panos, uma manufatura de Estado fundada pelo Marquês de Pombal em 1764.
Sempre com o lema “os fios do passado a tecer o futuro” o Museu tem por missão a conservação ativa do património industrial têxtil e a investigação e divulgação das tecnologias associadas ao processo de industrialização dos lanifícios no território da Beira Interior que tem por matriz a Serra da Estrela e por centro histórico a Covilhã.
Atualmente, o Museu de Lanifícios é um museu polinucleado que integra núcleos: Real Fábrica de Panos, Real Fábrica Veiga / Centro de Interpretação dos Lanifícios e Râmolas de Sol.
Este núcleo integra-se no edifício pombalino da Real Fábrica de Panos, possuindo planta centralizada e com uma área global de cerca de 6.000 m2, mandado edificar por Provisão Régia de D. José I em Junho de 1764.
A Real Fábrica de Panos foi construída para funcionar como uma manufactura de estado que sofreu danos durante o reinado de D. Maria I quando veio a ocupar uma área de cerca de 10.000 m2.
A Real Fábrica dedicada à fase da pré e proto industrialização dos lanifícios vive das estruturas arqueológicas e arquitetónicas preservadas no sítio.
O projecto de musealização procurou articular informações de natureza técnica (fabrico e tingimento dos panos de lã e construção de um espaço manufactureiro) e de natureza arqueológica e histórica.
Aqui encontram-se musealizados 700 m2 correspondentes aos espaços ocupados pelas antigas tinturarias pombalinas onde se integram as salas de Tinturaria dos Panos de Lã, Tinturaria das Lãs em Meada e Tinturaria das Dornas, o Tanque de Água e os Corredores das Fornalhas como espaços que constituem as áreas de exposição permanente.
Este núcleo dispõe ainda de uma Galeria de Exposições Temporárias e de uma área de Reservas e de Serviço de Museografia.
A Universidade da Beira Interior dispõe ainda de outro edifício histórico, a Real Fábrica Veiga, que foi arquitetonicamente intervencionada com a finalidade de nela se instalar um novo núcleo museológico, a sede do Museu e o Centro de Documentação/Arquivo-Histórico.
A Real Fábrica Veiga trata-se de um imóvel em cantaria de granito, situado junto à Ribeira da Goldra, na Covilhã mandado construir por José Mendes Veiga, cuja atividade empresarial decorreu entre finais do séc. XVIII e inícios do séc. XIX.
Este novo núcleo apresenta a evolução tecnológica ocorrida no campo dos lanifícios, durante os séculos XIX e XX e foi reunido um significativo espólio fabril.
Em Abril de 2005, foi inaugurado o complexo remodelado da Real Fábrica Veiga/Centro de Interpretação dos Lanifícios, com as valências de sede do Museu, Núcleo Museológico da Industrialização dos Lanifícios (sécs. XIX-XX) e Centro de Documentação/Arquivo Histórico.
Este Núcleo Museológico encontra-se aberto ao público desde 17 de Maio de 2011 data em que foi oficialmente inaugurado.
As Râmolas do Sol trata-se de um núcleo museológico ao ar livre situado junto à Ribeira da Carpinteira (Sineiro, junto ao Pólo IV da Universidade da Beira Interior, UBI, Covilhã), que foi preservado e integrado num Parque de Estacionamento da UBI, tendo sido inaugurado em 30 de Abril de 1998.
As Râmolas do Sol são resultado de um processo de conservação e musealização de um estendedouro de lãs pertencente à antiga firma de Ignácio da Silva Fiadeiro (em laboração de 1910 a 1939).
O núcleo musealizado ocupa uma área total de 652,7 m2, e constitui um marco na política de salvaguarda do património industrial da Covilhã e na criação do ecomuseu de lanifícios da Serra da Estrela.
As Râmolas do Sol trata-se de uma intervenção que valoriza a relação entre as vertentes do património industrial e natural através do reconhecimento das paisagens culturais inseridas na vertente ecológica do património.