O Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina abrange o litoral sudoeste de Portugal Continental, no sul do litoral alentejano e no barlavento algarvio em redor do Cabo de São Vicente.
A área inclui territórios de freguesias dos seguintes concelhos e distritos: Distrito de Setúbal, Sines (freguesias de Porto Covo e Sines), Distrito de Beja, Odemira (freguesias de Longueira / Almograve, Santa Maria, São Luís, São Salvador, São Teotónio, Vila Nova de Milfontes e Zambujeira do Mar), Distrito de Faro, Aljezur (freguesias de Aljezur, Bordeira, Odeceixe e Rogil), Vila do Bispo (freguesias de Budens, Raposeira, Sagres e Vila do Bispo).
O Parque é constituído pela faixa costeira, zona submarina de 2 km a partir da costa, o vale do rio Mira desde a foz até à vila de Odemira e parte da Serra do Cercal.
Na área do parque encontram-se diversas paisagens e habitats como: arribas e falésias abruptas, praias, várias ilhotas e recifes (a ilha do Pessegueiro e o recife de coral na Carrapateira), o estuário do Mira, o cabo Sardão, o promontório de Sagres, o Cabo de São Vicente, sistemas dunares, charnecas, sapais, estepes salgadas, lagoas temporárias e barrancos (vales encaixados com densa cobertura vegetal).
A flora do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina distribui-se por três tipos de ambientes geomorfológicos: no planalto vicentino a sul com vegetação típica de solos calcários com clima seco e quente, planalto litoral com vegetação mais diversificada nas dunas, charnecas e áreas alagadiças, serras litorais e barrancos com clima mais fresco e húmido, com densa vegetação arbórea e arbustiva ladeando as ribeiras.
Ao longo do parque ocorre uma mistura de vegetação mediterrânica, norte-atlântica e africana, mas com predominância para a mediterrânica.
Nesta área há cerca de 750 espécies, mais de 100 espécies são endémicas, raras ou localizadas, e 12 espécies não existem em mais nenhum local do mundo.
O parque é uma área de passagem para aves planadoras e para os passeriformes migradores transarianos, nas suas deslocações entre as zonas de invernada em África e de nidificação na Europa, é a última área de criação da águia-pesqueira na Península Ibérica.
A nidificação em falésias e arribas marítimas é uma característica da área do parque com destaque para a cegonha-branca, o falcão-peregrino e a gralha-de-bico-vermelho, e o único local do mundo em que as cegonhas nidificam nos rochedos marítimos.
As fuinhas, as raposas (também chamadas zorras), os texugos e os sacarrabos (ou escalavardos) são encontrados nas zonas dunares e falésias.
Os texugos escavam as tocas nas falésias e uma zona onde se encontram lontras em habitat marinho.
As grutas como a do Monte Clérigo e a Amarela são refúgios para importantes comunidades de morcegos (Chiroptera).
As várias espécies de anfíbios reproduzem-se nas lagoas temporárias: o sapo (Bufo bufo), o sapo-de-unha-negra (Pelobates cultripes) e o sapinho-de-verrugas-verdes (Pelodytes punctatus).
Nas zonas húmidas encontram-se os crustáceos como o Triops cancriformis mauritanicus e outros endemismos ibéricos.
Na zona marítima do parque encontram-se as espécies de peixes e outros animais habituais no nordeste do Atlântico.