O Castelo de Pombal em posição dominante sobre um maciço rochoso à margem do rio Arunca, o castelo templário teve um papel determinante na defesa da região na época da afirmação da nacionalidade e posteriormente na consolidação do condado.
A primitiva ocupação humana remonta a uma fortificação romana posteriormente ocupada por muçulmanos conforme testemunhos arqueológicos recuperados no morro do castelo.
A construção do Castelo ocorreu na época da Reconquista cristã no século XII durante o reinado de D. Afonso Henriques (1112-1185), num período entre 1159 data do Foral da Redinha -que compreende cláusula de pagar-se o aforamento como o das terras de Pombal e 1171 ("era de 1209") conforme inscrição epigráfica dessa data em Almourol que refere a construção de uma série de castelos, entre os quais o de Pombal por Gualdim Pais (filho de Paio Ramires) então Mestre da Ordem dos Templários em Portugal.
No ano de 1128, o Castelo de Pombal foi doado à Ordem do Templo, a quem Afonso Henriques atribuiu a defesa da cidade de Coimbra, então capital do reino.
A doação prova que a localidade já tinha por essa altura um valor militar elevado por ter sido um ponto fortificado nos séculos imediatamente anteriores em que esta parcela de território havia sido disputada por cristãos e muçulmanos.
A fortaleza românica construída pelos templários iniciou-se na década de 50 e prolongou-se até praticamente final do século.
Os trabalhos terão começado pela cerca da fortaleza, só depois se erguendo a torre de menagem, que data de 1171, e que tem a particularidade de dispor de um alambor dispositivo defensivo introduzido no país pela Ordem do Templo.
A conclusão do projecto foi assinalada com uma inscrição sobre a porta da torre usual nos empreendimentos militares promovidos por D. Gualdim Pais, posteriormente retirada e depositada no Convento de Cristo em Tomar onde ainda hoje se encontra.
O Castelo de Pombal obedece às mesmas linhas arquitetónicas características templários presentes não só no de Almourol, mas ainda nos de Idanha, Monsanto, Tomar e Zêzere seus contemporâneos.
A função deste conjunto era a de prover a defesa e o povoamento destas terras ao sul do rio Mondego confiadas à Ordem.
O próprio Gualdim Pais outorgou Carta de Foral a Pombal em 1174 povoação que desenvolveu-se na encosta Sul do morro do castelo onde se encontravam o portão principal e as igrejas de Santa Maria do Castelo e de São Pedro (última hoje demolida).
Sob o reinado de D. Dinis (1279-1325), diante da extinção da Ordem dos Templários pelo Papa (1311-1312), o soberano procedeu à transferência do patrimônio da Ordem no país para a Ordem de Cristo (1317).
O Pombal e seu castelo foram o palco das pazes entre o soberano e seu filho D. Afonso celebradas na Igreja de São Martinho (1323).
Sob o reinado de D. João I (1385-1433), no início do século XV a alcaidaria-mor da vila e seu castelo foi doada pelo soberano ao conde de Castelo Melhor e sua família como residência senhorial até 1834.
D. Manuel I (1495-1521) visitou a vila e o castelo de Pombal (1509) verificou-se uma primeira reformulação da estrutura e determinou a reconstrução da antiga torre medieval com definição de barbacãs e pelo reforço das muralhas.
O Castelo de Pombal apresenta planta em forma de escudo com panos de muralha rematados por ameias prismáticas e reforçados nos ângulos e a intervalos regulares por torreões quadrangulares.
O acesso fazia-se através de duas portas de arco quebrado, uma a sudeste entre torreões, outra a noroeste rasgada já no reinado de D. Manuel e por isso assinalada com os tradicionais símbolos deste monarca: o escudo real, a esfera armilar e a cruz de Cristo.
A imponente torre de menagem, quadrangular, dotada de uma base rampeada e com porta ao nível do primeiro andar, ergue-se perto da porta primitiva do castelo.
Intramuros são ainda visíveis fundações de construções e as bocas da cisterna, no pano sudoeste rasga-se uma janela dupla em cujo painel está a pedra de armas dos Sousa Ribeiro, antigos alcaides do castelo.
No lado exterior, na plataforma abaixo do monte onde se ergue o castelo, encontram-se as ruínas de uma segunda cortina, dotada de 3 torreões quadrangulares bem como o que resta de uma capela renascentista pertencente à desaparecida igreja de Santa Maria do Castelo.
As suas muralhas, ameadas e percorridas por adarve, eram reforçadas por dez cubelos quadrangulares, protegidas por barbacã da qual restam vestígios junto às duas portas e por uma cintura exterior de muralhas.
Na praça de armas destaca-se descentrada a sul a torre de menagem com planta quadrangular apoiada em uma base tronco-cónica em dois gigantes adossados em cunha e no recinto da praça de armas identificam-se os vestígios da primitiva igreja românica de São Miguel.
A oeste do conjunto ergue-se a alcáçova manuelina destacando-se os brasões de armas reais e uma janela geminada e fora dos muros pelo lado sul situam-se as ruínas da antiga matriz de Pombal que era a Igreja de Santa Maria do Castelo.
A intervenção do poder público só se fez sentir na década de 1940 quando foram-lhe promovidas obras de consolidação e restauro parcial a cargo da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais.
As novas campanhas de intervenção e restauro tiveram lugar em 1975, 2000 e 2001 voltadas para a recuperação e valorização da torre de menagem e atualmente pensa-se em revitalizar esse património.