A Praça central de Setúbal a que foi dado o nome do poeta setubalense mais conhecido é um local de passeio, antes denominada de Praça do Sapal, rodeada por diversos edifícios históricos como a Câmara Municipal e a Igreja de São Julião e ao centro ergue-se a estátua do poeta Bocage.
O rei D. João II ordenou a remodelação do terreiro medieval que ali existia conhecido por Praça do Sapal, nasceu a praça que viria a acolher a estátua de Bocage em 1871, erigida com dinheiros públicos angariados no Brasil e em Setúbal por iniciativa do escritor romântico António Feliciano de Castilho.
A Praça do Bocage é o coração de Setúbal ornada por palmeiras e espelhos de água, ao centro ergue-se o monumento a Bocage inaugurado no dia 21 de dezembro de 1871 sobre uma coluna coríntia assente sobre quatro degraus oitavados eleva-se a estátua do poeta feita de mármore branco.
O poeta Bocage com a cabeça descoberta e levemente inclinada, vestido à sua época, empunha na mão direita uma pena de ave e segura na esquerda algumas folhas de papel, a estátua, que tem dois metros de altura foi cinzelada em Lisboa, na oficina de Germano José de Salles como a coluna.
No pedestal do monumento encontra-se a seguinte inscrição: «A M. M. Barbosa du Bocage/Admiradores seus/Portugueses e Brasileiros/MDCCCLXI.» sob esta inscrição, e nas restantes faces do pedestal, há diversas quadras alusivas a Bocage, em versos históricos.
Manuel Maria de Barbosa l''Hedois du Bocage (1765-1805) foi um poeta nacional português, e possivelmente o maior representante do arcadismo lusitano, é uma figura inserida num período de transição do estilo clássico para o estilo romântico que terá forte presença na literatura portuguesa do século XIX, era primo em segundo grau do zoólogo José Vicente Barbosa du Bocage.
As suas obras mais conhecidas são: A Morte de D. Ignez, A Pavorosa Illusão, A Virtude Laureada, Elegia, Improvisos de Bocage, Mágoas Amorosas de Elmano, Queixumes do Pastor Elmano Contra a Falsidade da Pastora Urselina, As plantas, Os jardins ou a arte de aformosear as paisagens e Metamorfoses (Ovídio).
No ano de 1997 foi lançado o filme brasileiro Bocage, o Triunfo do Amor inspirado na obra do poeta, em 2006 a história de Bocage foi adaptada para a TV na minissérie produzida pela RTP e protagonizada por Miguel Guilherme.
No chão podiam ver-se maravilhosos desenhos, alguns versos trabalhados como se de renda se tratasse que caracterizam a calçada portuguesa que existe na praça, os bancos e os candeeiros completam o ambiente.
Na praça encontra-se a Câmara Municipal de Setúbal, a Igreja de São Julião, alguns restaurantes, cafés, edifícios com arquitetura típica portuguesa, lojas de comércio e lojas de artesanato.
Na Praça de Bocage sente-se o pulsar do centro histórico de Setúbal percorrido por gente que ali trabalha, almoça ou descansa numa esplanada, no centro Bocage que do alto da sua coluna observa o mundo a seus pés.
A estátua testemunhou a mudança da Baixa desde espaço aberto à circulação automóvel até à zona pedonal que hoje se conhece com padrões coloridos de calçada portuguesa, um quiosque dedicado ao moscatel de Setúbal, lojas modernas e tradicionais mantêm viva a dinâmica do comércio de rua atraindo residentes e turistas.
Na praça encontra-se a Igreja de São Julião que foi fundada por pescadores no século XIII e ao longo dos tempos sofreu várias obras de remodelação e encontra-se ainda dois portais manuelinos de rara beleza.
As três naves foram decoradas pelo pintor setubalense João Eloy Ferreira do Amaral onde podem admirar-se os painéis de azulejos do século XVIII retratando cenas da vida de São Julião, um lugar de culto muito escolhido para celebração de casamentos