A Rota do Poço do Inferno tem somente 2,5 km e pode ser facilmente combinada com a Rota do Javali (11,5 km), ficando o total do percurso circular em cerca de 14 km.
Ao longo dessas rotas percorremos florestas magníficas com o colorido outonal visto que nesta zona existem muitos castanheiros, freixos e carvalhos.
Neste percurso pedestre destacamos também as quedas de água da ribeira de Leandres, as imponentes cascatas do Poço do Inferno e a soberba vista panorâmica sobre Manteigas.
O início do percurso junto à Capela de Santo António em Manteigas circular realizado no sentido dos ponteiros do relógio, sinalizado que agrupa o PR2 - Rota do Javali e o PR1 - Rota do Poço Negro.
A Rota do Javali permite vislumbrar a paisagem humanizada com uma vista panorâmica sobre a Vila de Manteigas, cruzar o interior de florestas magníficas, subir ao topo da ribeira de Leandres e sentir a cascata do “Poço do Inferno”.
O caminho feito por Horácio em busca de uma vida melhor é uma personagem do romance neo-realista de Ferreira de Castro”A Lã e a Neve” onde percorreu duras caminhadas entre Manteigas e a Covilhã na procura de emprego na indústria tecelã que lhe permitisse comprar casa e poder desposar Idalina a sua amada.
Nesta obra, o autor descreve os lugares por onde Horácio passa de uma forma muito fiel à realidade do património natural de Manteigas retratando a força da personagem em pleno cenário da Segunda Guerra Mundial num contraste entre o mundo rural e o proletariado.
No decorrer do percurso surgem estruturas de interesse como a Casa do Guarda-florestal dos Carvalhais ou o Viveiro Florestal das Moitas.
A Administração Florestal da Serra da Estrela (Perímetro de Manteigas) criada em 1888 constitui um dos primeiros perímetros florestais de serras, desempenhando os Serviços Florestais um papel fulcral na sua arborização e gestão.
No que reporta a linhas de água destaca-se a Ribeira de Leandres que corre rapidamente por entre escarpas e vales encaixados e o Poço do Inferno é uma cascata natural de 10 metros de altura.
Estes espaços naturais contribuem para o desenvolvimento da vegetação local e permitem contemplar uma bela mancha florestal que enche os horizontes de cor com tons suaves de castanho no Inverno/Primavera, verde com flores brancas no Verão, amarelo e laranja que se fundem na folhagem de Outono.
Neste percurso várias espécies autóctones estão presentes como o castanheiro, o freixo, o carvalho-negral, o salgueiro e o amieiro-negro, a gilbardeira, o vidoeiro e a tramazeira.
O equilíbrio existente entre espécies de folhosas e resinosas aliadas à presença das linhas de água e de zonas de matos tornam esta área num dos habitats preferenciais para diversas espécies animais.
O traçado do trilho apresenta habitats frequentados pelo coelho-bravo, pela raposa, pelo javali e pelo ouriço-cacheiro.
Nas aves de rapina destacam-se o tartaranhão-caçador e o peneireiro e quanto aos répteis, pode encontrar-se a cobra-de-água-de-colar e o lagarto-de-água.
O traçado da Rota do Javali apresenta habitats frequentados pelo coelho-bravo, a raposa, pelo javali e pelo ouriço-cacheiro, o tartaranhão-caçador e o peneireiro (as 2 últimas aves de rapina).
Nesta área pode encontrar-se a cobra-de-água-de-colar, o lagarto-de-água, a lontra é um dos animais que habitam esta zona e a sua presença é detectada pelas pegadas em forma estrelada.
No decorrer do percurso a paisagem provocada pelo fenômeno das cascalheiras que são depósitos de fragmentos rochosos grosseiros normalmente localizados em pendentes de inclinação moderada a forte gerados por crioclastia (fender das rochas com a transição da água do estado líquido para o estado sólido).