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Todas as fotografias / imagens são fornecidas apenas para orientação.
Localiza-se na cidade de Viseu, freguesia de Santa Maria de Viseu, Concelho e Distrito de Viseu, centro de Portugal
As Muralhas de Viseu aparecem em posição dominante sobre uma colina na confluência do rio Pavia com o rio Dão (subafluentes do rio Mondego), a fortificação da cidade é muito antiga não tendo se constituído num castelo propriamente dito.
História das Muralhas de Viseu
A primitiva ocupação humana do sítio de Viseu remonta a um castro pré-histórico onde nasceu o líder Lusitano Viriato (180 a.C.-139 a.C.).
No ano 137 a.C. foi conquistada pelo cônsul Décimo Júnio Bruto Galaico vindo o povoado a ganhar expressão à época da Romanização da península e aqui se estabeleceu um entroncamento de estradas romanas conforme o testemunham os diversos marcos miliários encontrados na região.
O perímetro da povoação tinha o seguinte percurso actual: Rua da Regueira (lado norte), hoje Rua de João Mendes, Largo Mouzinho de Albuquerque, Rua do Carvalho por uma linha direita ao Largo da Misericórdia, Rua do Chão do Mestre, Rua de D. Duarte, Largo de Santa Cristina até à Rua da Regueira (lado sul).
Nos finais do século III diante da ameaça de povos invasores é possível que tenha se reduzido o perímetro da muralha para facilitar a defesa da povoação.
Acredita-se que seja um troço da muralha e um torreão semicircular que foram descobertos em Março de 2004 na Rua Formosa quando das obras de requalificação daquela via pedonal.
Os vestígios foram musealizados e estão agora visíveis através de uma placa de vidro assente ao nível do solo foram descobertas três sepulturas de crianças, uma moeda e pedaços de cerâmica.
No domínio dos Visigodos a partir do século VI Viseu foi elevada a cidade tornando-se sede da Diocese tendo sido criado a moeda visigótica no século VII.
No domínio Muçulmano do Al-Andalus, a partir do início do século seguinte a cidade foi conhecida como Castro Vesense (vesi = visigodo) mantendo-se fortificada.
Na época da Reconquista cristã da península, a cidade foi conquistada em meados do século VIII pelas forças de Afonso I das Astúrias que a deixou abandonada evitando que a mesma pudesse vir a servir de apoio a novas investidas muçulmanas.
Na formação do Condado Portucalense Viseu foi residência dos condes e após a morte do marido D. Teresa concedeu o primeiro foral a Viseu (1123).
Um novo foral aludindo a idêntico diploma passado anteriormente por D. Afonso Henriques (1112-1185) foi passado em 1187 por D. Sancho I (1185-1211) e confirmado por D. Afonso II (1211-1223), em 1217.
Neste foral de D. Sancho II faz-se ainda referência à "cidade velha" por oposição a um novo núcleo expandido demográfica e economicamente.
No reinado de D. Fernando (1367-1383) a Carta Régia de 5 de Janeiro de 1370 mostra que o castelo de Viseu foi entregue aos moradores compreendendo-se pela expressão "castelo" o conjunto muralhado que envolvia a primitiva Sé e a parte antiga da cidade.
A cidade em quatro ocasiões foi vítima das guerras fernandinas no último terço do século XIV foi novamente atacada e incendiada por tropas castelhanas em 1396.
À época de D. João I (1385-1433) encontravam-se em progresso trabalhos de ampliação da cerca defensiva concluídos apenas em 1472 sob o reinado de D. Afonso V (1438-1481) conforme inscrição epigráfica na Porta do Soar já com a malha urbana expandindo-se extra-muros.
No reinado de D. Manuel I (1495-1521) a cidade recebeu o Foral Novo (1513) época em que se iniciou a expansão da malha urbana para o chamado Rossio.
As etapas de destruição das muralhas de Viseu iniciada a partir do século XVI com os trabalhos de ampliação do antigo Paço Episcopal existiram trabalhos de construção posteriores como o atestam a inscrição epigráfica na Porta dos Cavaleiros datada de 1646.